Fazer intercâmbio no Japão é o sonho de muitos brasileiros interessados na cultura japonesa, na língua e em novas oportunidades. Mas por onde começar? Este guia básico apresenta as principais etapas, requisitos e dicas para quem está considerando dar esse passo.
Como funciona?
O intercâmbio funciona por meio de escolas de japonês que aceitam estudantes estrangeiros com visto de estudante. A escola envia seus documentos ao governo japonês para obter um certificado de elegibilidade. Com esse documento, você solicita o visto na embaixada do Japão no Brasil.
Durante sua estadia, o aluno estuda japonês de forma intensiva, geralmente de segunda a sexta-feira, por até 2 anos em escolas de idioma. Após esse período, o estudante pode continuar no Japão caso ingresse em uma faculdade, curso técnico ou consiga um emprego que ofereça mudança de status de visto. Além do curso, é possível trabalhar legalmente com baito(emprego de meio período), com autorização para atividades extracurriculares, por até 28 horas semanais — importante destacar que o baito paga menos e oferece condições distintas de um emprego formal.
Quem pode fazer?
Qualquer pessoa com mais de 18 anos e que tenha completado o ensino médio pode iniciar o processo. É importante ter disposição para estudar e se adaptar a uma nova cultura e rotina intensa no Japão.
Ter uma graduação ou curso técnico finalizado nos últimos 3 anos é um diferencial — principalmente para quem pensa em futuramente aplicar para um visto de trabalho. Caso tenha apenas o ensino médio, ainda é possível realizar graduação ou curso técnico já no Japão, após concluir a escola de idiomas.
Alguns dos requisitos
Entre os documentos solicitados estão: passaporte válido, histórico escolar, comprovantes bancários e atestado de antecedentes criminais, que é sempre exigido. O laudo médico raramente é pedido hoje em dia, e pode deixar de ser exigido até por escolas que antes solicitavam.
A carta de motivação só é necessária em alguns casos específicos. O ponto mais importante é comprovar que você possui recursos financeiros suficientes para se manter no Japão. A quantia mínima varia conforme a escola, mas gira em torno de ¥1.000.000 a ¥1.500.000 (cerca de R$ 35.000 a R$ 65.000).
Visto negado pela embaixada?
Sim, o visto pode ser negado se houver erros nos documentos, inconsistências ou comprovação financeira insuficiente. A embaixada também pode desconfiar se o dinheiro surgir de forma repentina ou se os dados apresentados parecerem incoerentes.
Por isso, é fundamental preparar a documentação com cuidado e, de preferência, com orientação profissional. Ter extratos bancários consistentes e mostrar que os recursos são legítimos aumenta as chances de aprovação.
Empresas que fazem o serviço
Algumas empresas são conhecidas por oferecer suporte completo, desde a escolha da escola até a chegada no Japão.
Essas empresas ajudam com tradução de documentos, envio de formulários, consulta de escolas e orientações sobre moradia e emprego. Algumas oferecem até consultoria gratuita com base na comissão recebida das escolas parceiras.
A escolha das escolas depende das opções que essas empresas oferecem, e elas costumam mudar com o tempo. Cada empresa tem parcerias com determinadas instituições, por isso é importante comparar os pacotes e condições de cada uma antes de decidir.
Escolha de escolas durante o processo ainda no Brasil
Ainda no Brasil, você poderá escolher a cidade onde quer estudar (Tóquio, Osaka, Fukuoka, etc.), a duração do curso (6 meses até 2 anos) e o tipo de escola. Algumas são mais acadêmicas, outras voltadas para o dia a dia e para quem quer trabalhar.
A escolha da escola influencia no custo, tipo de moradia oferecida, qualidade do ensino e nas oportunidades de trabalho na região. As empresas de intercâmbio ajudam a encontrar a escola ideal conforme seu objetivo e perfil.
Emprego meio período
Arubaito (アルバイト) é o termo japonês para trabalho de meio período. Estudantes estrangeiros com visto de estudante podem trabalhar legalmente até 28 horas por semana, desde que solicitem a permissão de atividade extracurricular. Esses empregos geralmente são simples e envolvem tarefas em lojas de conveniência (konbini), izakayas, fábricas ou limpeza, com salários por hora mais baixos do que empregos formais. Ter um nível básico de japonês já facilita bastante, mas algumas vagas aceitam iniciantes.
A demanda por trabalho costuma aumentar em épocas como primavera (início do ano fiscal) e final de ano, devido ao aumento no consumo e turismo. Conhecimento básico de japonês ajuda bastante, mas algumas vagas aceitam iniciantes.
Dinheiro necessário para iniciar a contratação
O processo começa com a inscrição em uma escola de japonês por meio da empresa intermediadora. Nesse início, você paga taxas administrativas, serviços de tradução e envio de documentos. Isso pode variar entre R$ 3.000 e R$ 6.000.
Além disso, algumas escolas solicitam o pagamento parcial ou integral da matrícula antes da elegibilidade. Portanto, tenha uma reserva para cobrir esses custos e garantir que seu processo não atrase por pendências financeiras.
Elegibilidade
A elegibilidade é um documento emitido pelo governo japonês (Immigration Bureau) que autoriza sua entrada no país como estudante. A escola entra com o pedido, após reunir e revisar toda a documentação.
O processo leva de 2 a 3 meses. Quando aprovada, a escola envia a elegibilidade para o Brasil, e com ela você pode solicitar o visto de estudante na embaixada. Sem esse documento, o visto dificilmente será emitido.
Dinheiro necessário após a elegibilidade aprovada
Com a elegibilidade aprovada, é hora de pagar o restante da matrícula, primeiro mês de acomodação, seguro e demais taxas. Isso pode chegar a valores entre R$ 15.000 e R$ 25.000 dependendo da escola e da cidade escolhida.
Em muitas escolas, é necessário pagar antecipadamente o equivalente a 6 meses de curso antes mesmo do embarque. É importante estar preparado para esse custo elevado logo após a aprovação da elegibilidade — ou até antes disso —, já que a embaixada japonesa pode solicitar comprovantes bancários mostrando de onde veio o dinheiro e se o aluno realmente possui os recursos necessários em conta.
Também é recomendado levar pelo menos ¥200.000 (cerca de R$ 7.000) para seus primeiros meses no Japão, já que o emprego pode demorar algumas semanas para ser encontrado e pago.
Aviso sobre inflação e variações cambiais
Os valores citados neste guia são estimativas com base em câmbios e custos médios de 2025. No entanto, a cotação do iene e o custo de vida no Japão e no Brasil estão sujeitos a variações por conta da inflação, políticas monetárias e outros fatores econômicos. Recomendamos sempre consultar fontes atualizadas e fazer uma reserva extra para imprevistos.
Juntar o valor necessário para o intercâmbio pode levar meses ou até anos, e durante esse tempo o real pode se desvalorizar devido à inflação ou instabilidades econômicas causadas por políticas de governos negligentes. Uma alternativa interessante é converter parte do dinheiro para dólar e armazená-lo em contas digitais como a Nomad, que permitem proteger o poder de compra e manter seus fundos mais seguros.
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Outra opção, para quem já tem uma reserva montada, é aplicar parte do valor em títulos de renda fixa de baixo risco, como CDBs ou Tesouro Direto, enquanto o dinheiro não é usado. Mas atenção: investir exige responsabilidade! Nunca invista o valor total necessário, e sempre busque orientação profissional antes de aplicar. O objetivo aqui não é especular, mas preservar e, se possível, valorizar um pouco o dinheiro ao longo do tempo até o início do processo.
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